
A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Câmara de Vitória, presidida interinamente pelo vereador Davi Esmael, debateu nesta terça-feira o magistério municipal, a eleição de diretores escolares e conselhos de escolas com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), Marcelo Castro.
O presidente do Sindiupes iniciou sua participação elogiando a atual gestão do município, que nos dois primeiros anos do seu mandato implementou uma melhoria para a categoria, mas compartilhou sua preocupação com a questão salarial e suas implicações relativas a questões atuais. “Vitória está perdendo profissionais, principalmente para o município de Serra. Registramos 62 efetivos que migraram de Vitória para a Serra em função das vantagens oferecidas”, afirmou.
Entre os exemplos citados, está o vale refeição oferecido no município vizinho, que é de R$ 1 mil, contra R$ 500 em Vitória. Respondendo à vereadora Ana Paula Rocha, Marcelo focou em outro problema, que é a dificuldade que os profissionais da capital enfrentam para usufruir de direitos básicos, como licença prêmio ou sem vencimento. “Houve um tempo em que o decênio representava um aumento salarial de 25%”, relembrou Marcelo Castro. E acrescentou: “Hoje nosso salário está caíndo para o sexto lugar entre os sete da Grande Vitória”.
O vereador Davi Esmael observou que essa realidade deve considerar a reposição das perdas/aumento salarial que os outros municípios já deram e Vitória ainda vai dar. “É o que nós estamos esperando”, disse o presidente do Sindiupes, ressaltando que a questão não é só financeira e que ele reconhece avanços da atual gestão. “Juntos, sempre podemos melhorar”, frisou várias vezes.
Dificuldades – Entre outros itens, a desvalorização dos profissionais foi uma preocupação manifestada pelo vereador Professor Jocelino. Marcelo Castro ressaltou que, em Vitória, o servidor tem dificultadade para usufruir o direito à licença nojo (quando falece familiar próximo), sob pena de perder a Licença Prêmio (decênio). “Está difícil exercer o magistério. Está faltando professores no Brasil, e em Vitória não é diferente”. Ele também ressaltou a falta de valorização de mestres e doutores, o que faz com que a rede municipal perca alguns de seus melhores profissionais, inclusive efetivos.
Avaliando a atual gestão, a pedido do vereador Davi Esmael, Marcelo Castro observou, comparando entre as últimas gestões, que reconhece avanços e possíveis retrocessos. “Hoje nós temos métricas como o Indice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que mostra que o avanço em Vitória não é geral. Temos ilhas de conhecimento e locais menos privilegiados. Vários aspectos causam isso e acredito que, trabalhando juntos, poderemos resolver os problemas”.
O último tema da reunião foi a eleição de conselhos escolares, que ocorrerá no dia 28/05, e a eleição de diretores, prevista pela Secretaria Municipal de Educação (SEME) para outubro. O presidente do Sindiupes informou que o que foi acordado com a secretária Juliana Rohsner foi que os candidatos a diretor participem, como requisito, de um curso de formação, com direito, inclusive, a banco de reserva para casos de vacância.
Também participaram do debate os vereadores Pedro Trés e Camillo Neves.
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