Um total de 650 mil metros quadrado (65 hectares), ou cerca de 91 campos de futebol de Mata Atlântica, foram desmatados de janeiro a agosto deste ano, em apenas três municípios capixabas.
Guarapari, Linhares e Governador Lindemberg foram alvos da Operação Mata Atlântica em Pé, deflagrada pelo Ministério Público, em parceria com o Ibama, Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), e Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (IDAF).
O IDAF afirma que aplicou mais de R$ 150 mil em multas, resultado de fiscalizações em seis áreas de Guarapari, duas em Linhares e duas em Governador Lindemberg. Além disso, quatro autos de infração ambiental foram deflagrados.
“A partir disso, os autos serão encaminhados aos promotores de justiça local, para que eles tomem as medidas cabíveis. Mesmo assim, precisamos que cada órgão conscientize a população, já que em alguns locais o desmatamento foi liberado”, explicou o promotor de justiça responsável por coordenar a operação, Alexandre Gaio.
Em 2018 foram cerca de 13,6 hectares desmatados nas áreas de Domingos Martins, Alfredo Chaves, Sooretama e Conceição da Barra. De acordo com Alexandre Gaio, o aumento no número de áreas desmatadas se deu pelas localidades escolhidas.
“As regiões escolhidas influenciam diretamente no tamanho das áreas desmatadas. Em Guarapari, já haviam denúncias sobre o desmate lá e, em Linhares, o desastre do Rio Doce foi um fator determinante para a morte da Mata Atlântica. Entretanto, não é por isso que o dado deixa de ser alarmante. Da mesma forma que ainda se precisa entender muito sobre o que é preservar a mata”, disse.
De área em desmate à área em reflorestamento
Mesmo com os números alarmantes, o Espírito Santo conta, atualmente, com cerca de 21 hectares de Mata Atlântica reflorestada. Até 2017, eram 17.
Para o Gerente de Licenciamento e Controle Florestal do IDAF, Fabiano Grazziotti, muito do avanço se dá devido à programas como o Reflorestar, do governo estadual.
“O Reflorestar e as ações feitas pelas entidades do meio ambiente conseguiram fazer com que o estado fosse de área em desmante à área em reflorestamento. São 21 hectares reflorestados e, a conscientização, é a principal saída”, afirma.
A população também pode colaborar com as operações. “Precisamos cuidar do bioma. A operação tem o objetivo não só de punir, mas de chamar atenção para o problema. Cuidar da mata é cuidar da vida. A população também pode ajudar, encaminhando denúncias no site do IDAF, ou no próprio 181. Vamos cuidar do que é nosso”, disse.
Fonte: EShoje