Nos dias atuais, diante da conjuntura tecnológica que impulsiona e potencializa nossas ações e declarações na internet, exige-se, cada vez mais, um comportamento correto e ético das pessoas. Não são poucos os casos constatados, frequentemente, de pessoas que, sem nenhum tipo de filtro ou pudor, publicam comentários de temas polêmicos, que poderão a curto, médio ou longo prazo embaraçar a sua reputação ou situação profissional.
Até mesmo quem busca uma colocação no mercado de trabalho pode ser prejudicado, caso tenha atitudes de demonstração de ódio, preconceito, racismo, enfim, qualquer conduta reprovável. As empresas de seleção e recrutamento analisam o perfil socioeconômico e psicológico dos candidatos e, muitas vezes, fazem isso pesquisando os perfis dos candidatos nas redes sociais.
Depois de obter uma colocação no mercado de trabalho, é preciso redobrar os cuidados, uma vez que as empresas estão monitorando seus funcionários, não só no horário de trabalho, mas também fora dele. Comportamentos indevidos, inoportunos e antiéticos podem fazer com que o funcionário perca o emprego e, depois, venha encontrar dificuldade para conseguir uma recolocação no mercado de trabalho.
Por isso, é preciso ter discernimento, ser conservador nas postagens e sempre pautar sua vida, seja no ambiente digital ou fora dele, com uma postura ética e de respeito.
No Espírito Santo, só nesse ano, são centenas os casos de pessoas que perderam seus empregos após comentários indevidos, ou que vão de encontro à política da empresa, quase todos realizados nas redes sociais.
As pessoas precisam entender que, no ambiente digital não existe a “Lei do Arrependimento”, pois mesmo que a pessoa se arrependa e delete a postagem polêmica, outros usuários já podem ter copiado o comentário para, no momento apropriado, usar contra o autor da postagem.
Além de perder o emprego, um comentário infeliz na Internet pode fazer com que uma pessoa encontre dificuldade para se inserir no mercado de trabalho, tal como ocorreu com uma jovem que, no primeiro ano do Curso Técnico de Enfermagem, fez um comentário, em uma rede social, posicionando-se favorável ao aborto (inquestionavelmente, um tema polêmico). Após três anos, já devidamente formada, a jovem participava de um processo seletivo para contratação em um hospital particular da Grande Vitória. Após preencher a ficha socioeconômica, foi dispensada da entrevista com a psicóloga.
Sem entender a causa da dispensa, pediu para ver a pasta com os seus dados, quando visualizou depois do seu currículo, diplomas e outros documentos, suas postagens em redes sociais impressas e inseridas em seu dossiê de candidata à vaga de técnica de enfermagem naquele hospital. E, para a sua surpresa, aquelas postagens favoráveis ao aborto, de três anos atrás, estavam destacadas com caneta marca texto. A jovem saiu daquele processo de seleção indignada e se sentindo vítima de injustiça.
Infelizmente, esse tipo de situação é muito mais comum do que se imagina, por isso precisamos entender que tudo o que postamos no ambiente digital pode, no presente ou no futuro próximo, ser utilizado contra nós. Sendo assim, é preciso ponderar e avaliar sobre diversos aspectos (social, profissional, político, familiar etc.) se vale a pena externar o que pensamos, em um ambiente no qual centenas ou milhares de pessoas terão acesso. Essas pessoas podem fazer juízo de valor sobre aquele comentário que fizemos, muitas vezes por impulso, sem a devida reflexão do impacto negativo que tal comentário pode provocar em nossas vidas.
Então, fica a dica e lembre-se que as redes sociais se equiparam a um outdoor de grande visibilidade.
Fonte: Tribunaonline