Em reunião realizada pelo Grupo de Trabalho (GT) que debate o retorno das aulas presenciais do ano letivo de 2020 em toda a rede de ensino do Espírito Santo, realizada no último dia 02 de julho, o Sindipúblicos manifestou sua preocupação com as aulas físicas nesse momento de crescente número de casos e óbitos.
“Temos que garantir o acesso dos alunos aos conteúdos disciplinares. Mas o momento não se vislumbra nenhuma abertura de escolas, nem para os profissionais da educação e nem para os alunos. É um ambiente bem diferenciado, onde o convívio e o contato físico sempre foram intensos, não será com protocolos que isso irá resolver. No nosso entendimento, as aulas presenciais só terão segurança quando tivermos vacina. Como pai, não tenho segurança em encaminhar minhas filhas às escolas. E como trabalhador da educação, também entendo que estaríamos correndo muito risco” ressaltou Tadeu Guerzet, presidente do Sindipúblicos.
Na reunião foi apresentada uma primeira versão de uma portaria conjunta elaborada pelas Secretarias da Educação (Sedu) e da Saúde (Sesa), que deve estabelecer as diretrizes para adoção de medidas administrativas e de segurança sanitária pelos gestores das instituições de ensino no retorno às aulas presenciais.
O secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, conduziu a reunião e logo no início esclareceu que o objetivo do grupo é debater questões pertinentes ao retorno das aulas presenciais, quando ocorrerem, e que dizem respeito a todas as instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, escolas ou faculdades.
“Não se trata de anúncio do plano, até porque ainda não temos uma data de retorno às aulas presenciais. A proposta é que cada um de vocês observem, avaliem e deem as sugestões, para que possamos finalizar o documento e publicá-lo”, declarou o secretário da Educação.
Também presente na reunião, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, destacou que as atividades escolares implicam em uma maior pressão no transporte coletivo e também na aglomeração de pessoas, pelo fato dos estudantes serem vetores da doença, podendo transmiti-la para familiares, principalmente, os idosos. “A decisão de suspender o calendário escolar e de reduzir a circulação no transporte público permitiu que a pandemia tivesse uma evolução identificada e que ganhássemos tempo para preparar todas as medidas de enfrentamento, que incluiu tanto as medidas de testagem quanto de organização do serviço de saúde”, afirmou.
Apesar da participação no GT, o Sindipúblicos lamenta que os servidores de secretaria de escola, mais uma vez, estão sendo tratados como menos importantes, mais prejudicados e mais expostos ao risco. A Sedu não tem cuidado com a vida dos Agentes de Suporte Educacional que trabalham em regime de escala. Vários deles denunciam que estão trabalhando praticamente todos os dias, inclusive sem a presença de vigilantes nas escolas.
Além dos secretários da educação e saúde, participaram da reunião o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, e o gerente Estadual de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso. Além do Sindipúblicos, o Grupo de Trabalho possui representantes da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime-ES), Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Associação dos Diretores e Ex-Diretores das Escolas da Rede Pública Estadual de Ensino do ES (Adires), Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), Sindicato das Empresas Particulares de Ensino (Sinepe), Conselho Estadual de Educação (CEE), Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Sistema OCB-ES, além da Secretarias de Estado da Saúde (Sesa), Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional (Secti) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Segundo informações da Sedu, até o momento o os Sindicatos dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e dos Professores do Espírito Santo (Sinpro ES) não encaminharam representantes.
Fonte: SindiPúblicos
Muito bom!
Isso deve ser repassado para os municípios!