Os municípios de Santa Teresa, São Roque do Canaã e Itaguaçu vem passando, desde o começo de julho, por uma situação crítica quando o assunto é água.
Bacia hidrográfica de Santa Teresa e São Roque do Canaã entra em estado crítico
Com isso, segundo o Subsecretário de Infraestrutura Rural da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Rodrigo Vaccari, a agricultura de municípios de Colatina, São Roque e Santa Maria, que abrange a produção de café, pode ficar prejudicada.
Conhecido como período de ausência de chuva dentro do ano hidrológico, essa fase normalmente tem início no final de março e se estende até o final de outubro. A partir da 2ª quinzena de outubro, começa o período úmido, onde se espera a presença de chuva.
O diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, explica que grande parte do que influencia na dinâmica da ocorrência de chuvas ou não, é o fenômeno climático, que é o processo de mudança climática em todo o planeta.
“Por conta disso, principalmente no Espírito Santo, nos últimos cinco anos tivemos uma chuva média anual que é de 1.000 milímetros no Estado, abaixo do esperado. Além disso, tem cidades no noroeste do Espírito Santo em que a média de chuva é menor, em torno de 900 milímetros. Entretanto, nos últimos tivemos chuva abaixo desses valores”, explicou.
Com os níveis dos rios baixos em São Roque, na bacia do Rio Santa Maria do Rio Doce e em Itaguaçu, na bacia do rio Santa Joana, que são as mais afetadas durante o período de estiagem, alguns trechos já estão secos.
Segundo o diretor-presidente da Agerh, o que agrava ainda mais a situação é o uso incorreto da água. Quem acha que no período de estiagem a chuva permanece ausente está enganado. O que ocorre é uma quantidade menor de chuva, que é distribuída uniformemente para todo o Espírito Santo, como ocorreu no inicio desta semana, com a chegada da primavera.
Ainda de acordo com Fábio Ahnert, é preciso uma ação de conscientização e fiscalização nos municípios de São Roque, Santa Teresa e Itaguaçu, que estão com uma vazão mais baixa.
“Os usuários da agricultura e da indústria desses municípios precisam diminuir as captações. Ou seja, não podem captar água todo dia, seguindo uma regra estabelecida na regulação da Agher, que estabelece um calendário nos dias que podem ou não fazer a captação”, ressaltou.
Caso essa conscientização não ocorra, a recarga dos aquíferos, que já vem sendo prejudicada, pode piorar. O motivo é que a água que sustenta os rios no período que não chove é a do lençol freático. Entretanto, se não tem chuva suficiente para abastecer e há reserva de água menor, a vazão dos rios fica bem mais baixa.
Programa de Barragens
Para amenizar a situação, existe a ação para combater as crises hídricas, que é Programa Estadual de Construção de Barragens, que cria mecanismos para reservar água.
De acordo com o subsecretário de Infraestrutura Rural da Seag, o programa também visa controlar o leito do rio.
No Estado existem seis barragens em construção no momento. Dentre as construídas, duas, na região de São Roque, estão auxiliando toda a situação.
Fonte: EShoje