O Espírito Santo é um Estado que não consegue parar. Menor em extensão territorial e em população entre os entes federados da Região Sudeste, é, no entanto, o que mais cresce, mesmo diante da maior pandemia da história da humanidade, que é o novo coronavírus (Covid-19).
A pandemia da Covid-19 começou, efetivamente, em março de 2020, quando o Governo do Estado decretou as primeiras medidas de emergências no sentido de evitar que o vírus se alastrasse e para proteger a população.
Mesmo diante do caos que a pandemia levou ao Planeta – como a crise econômica e sanitária –, o governador Renato Casagrande (PSB) percebeu que não podia deixar de trabalhar.
Passou a adotar reuniões virtuais e por meio dessa nova ferramenta inaugurou obras, que já estavam em andamento, e assinou diversas Ordens de Serviços, autorizando outras benfeitorias pelo Estado afora.
“O Espírito Santo já vinha se preparando desde 2019, no nosso primeiro ano deste segundo mandato, com o processo da incorporação da tecnologia na gestão pública. O Executivo Estadual adotou um processo de gestão tecnológica que nos permite trabalhar de qualquer lugar; nos permite assinar documentos de forma eletrônica. Mesmo com os órgãos públicos fechados, sem atendimento presencial por conta da pandemia, os serviços oferecidos pelo Governo do Estado não pararam”, pontuou Casagrande, nesta entrevista concedida ao Blog do Elimar Côrtes, na noite da última terça-feira (27/10), em seu Gabinete, no Palácio Anchieta.
O governador cita, neste caso, o exemplo do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que inseriu maior parte de seus serviços em plataformas digitais, para facilitar os usuários e os condutores de veículos.
“Esse serviço digital será um dos legados deixado pela pandemia”, frisa Casagrande, que destaca também o controle das contas públicas, apesar da crise:
“Conseguimos cortar despesas, renegociar contratos. Tivemos entendimentos com os demais Poderes – Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas –, que também reduziram custos. Mesmo sabendo que sofreremos uma redução de R$ 1 bilhão em nossas receitas, conseguimos controlar as contas”, disse Casagrande.
Estratégia de futuro foi montada ainda no primeiro ano de Governo
O olhar visionário da gestão começou, na verdade, em janeiro de 2019, quando Renato Casagrande tomou posse para seu segundo mandato como governador – o primeiro mandato foi no período 2011/2014.
Em junho de 2019, Casagrande sancionou duas importantes leis, produzidas por ele e aprovadas pela Assembleia Legislativa, que criaram o Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses) e o Fundo de Obras e Infraestrutura Estratégica para o Desenvolvimento do Espírito Santo.
A frase dita por Casagrande no ato que marcou a assinatura das sanções das duas leis ficou marcada: “Estamos pegando as riquezas do presente para garantir o futuro dos capixabas”.
E ele tinha e tem razão: os dois Fundos, que são oriundos do acordo que unificou os campos de exploração do Parque das Baleias, criando o Novo Parque de Jubarte, e aumentará o repasse de Participação Especial ao Estado, também garantiu que o Estado prosseguisse em sua grande marcha em direção ao desenvolvimento em 2020, mesmo diante da pandemia da Covi-19.
“O que foi feito em 2019 está servindo de base agora em 2020. O Fundo de Infraestrutura, por exemplo, vai nos garantir cerca de R$ 1,5 bilhão até 2023. Os recursos aplicados no Fundo permitirá a não parar as obras e iniciar outras”, disse o governador, que deu ainda outra importante explicação:
“Em nosso primeiro ano de governo, em 2019, conseguimos liquidar 80% a mais do que foi investido em 2018, último ano do governo anterior. Ou seja, o Governo do Estado fez investimentos em 2019 e conseguiu pagar 80% do que foi feito. Isso se chama boa gestão”.
Por conta dessa boa gestão, o Estado está conseguindo resgatar a sua infraestrutura, que estava acabada, tornando o Espírito Santo mais eficiente e atraente aos olhos dos empreendedores.
O governador cita também outra conquista que coloca o Espírito Santo na vanguarda. O Estado é dono da primeira colocação na avaliação do Ensino Médio da Rede Pública do País no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), junto com Goiás, segundo o Ministério da Educação.
Foi a melhor colocação do Estado nos últimos 10 anos: “Essa conquista mostra uma ação que envolve a administração pública diretamente. Mostra também que estamos em um caminho correto e compreendemos que a educação é a menor distância para que a gente reduza violência e gere oportunidades”.
Em 2017, no governo Paulo Hartung, o Estado obteve índice de 4,1. Em 2019, sob o comando de Renato Casagrande, o Espírito Santo conquistou 4,6 pontos no Ideb.
Os momentos mais angustiantes da pandemia
Renato Casagrande falou também sobre os momentos mais angustiantes que ele, na condição de governador do Estado e de cidadão, viveu nessa pandemia. Para ele, o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus é uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer governante:
“É uma tarefa desafiadora, na verdade, para todos os cidadãos e cidadãs do Planeta. Para quem está no comando de um governo, todavia, o desafio é ainda maior, pois estamos lidando com vidas. A pandemia atinge e mata pessoas”.
Assim como todas as pessoas que defendem o bom senso, Casagrande está também está ávido pela chegada da vacina. Segundo ele, “um mutirão de cientistas de todo o mundo pesquisa as vacinas”. O governador apela: “Temos que confiar na vacina, para que vidas sejam poupadas”.
Ele lembra que entre oito e 10 pessoas morrem por dia no Espírito Santo, vítimas do coronavírus ou em consequência do vírus. No Brasil, são quase 500 mortes diárias:
“O desafio é, portanto, muito grande. O Estado preparou a rede pública de saúde para atender todo mundo, mas, infelizmente, perdemos muitas vidas”.
Para Renato Casagrande, um dos momentos mais difíceis foi quando teve que tomar decisões duras, como a redução das atividades econômicas e sociais:
“Foram momentos difíceis, pois, hoje, vivemos numa sociedade polarizada. Ainda tem gente que não usa máscara e que vive nas aglomerações. Enfrentamos no País uma politização de todos os temas: uso de medicamentos, uso ou não da máscara, se faz ou não o isolamento ou distanciamento social, se constrói ou não hospitais de campanha”.
Casagrande enfrentou ‘desequilibrados’ com sobriedade e discernimento
Outro momento difícil, na avaliação do governador capixaba, foi enfrentamento de grupos “desequilibrados”. Casagrande não cita nomes e nem faz menções, mas desses grupos fizeram e ainda fazem parte políticos de oposição, que usaram as redes sociais e as sessões virtuais da Assembleia Legislativa para atacar as medidas adotadas pelo Governo capixaba no combate à pandemia e negar a existência da doença; políticos que chegaram a invadir até um hospital para patrulhar médicos que atendiam pacientes com o coronavírus.
Esses mesmos políticos se tornaram alvo de investigação do Ministério Público Estadual por causa da invasão ao hospital; outros são investigados por conta de produção de fake news, inventando notícias sobre a Covid-19 que levaram pânico à população.
“Enfrentamos grupos desequilibrados durante a pandemia. Esses momentos difíceis exigem sobriedade dos governantes. Foi preciso discernimento para mantermos a liderança à frente do Governo, pois, para certos grupos, não existe limite em suas ações”, lamenta Casagrande.
Mesmo diante dessa polarização, que às vezes se torna raivosa, o governador acredita que pelo menos 80% dos brasileiros vão querer se vacinar contra a Covid-19. Ele entende que, caso não queira obrigar as pessoas a se vacinar, o Governo Federal terá que realizar uma grande campanha nacional em favor da vacinação.
“Durante a pandemia, o Governo Federal não fez nenhuma campanha educativa e ou de prevenção para a população. De forma esmagadora, as pessoas defendem a vacina, porque querem se ver livres do vírus, querem voltar a viver com normalidade. Temos que cobrar do Governo Federal que coordene o Programa Nacional de Vacinação. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem expertise e saberá orientar os Estados e Municípios no sentido de dizer quais grupos de pessoas vão necessitar da vacina”, pondera Casagrande.
O governador capixaba também contraiu o coronavírus. Teve que ficar de quarentena na Residência Oficial do Governo, na Praia da Costa, em Vila Velha. A esposa dele, a primeira-dama Maria Virgínia Casagrande, e a mãe do governador, Anna Venturim Casagrande, também foram contaminadas pelo vírus e precisaram ficar internadas. Todos os três, no entanto, se recuperaram.
‘Obras vão mudar a face da Grande Vitória’, diz governador
A gestão visionária imposta por Renato Casagrande leva o governador a afirmar que as obras em andamento e outras que ainda serão executadas vão mudar a face da Região Metropolitana da Grande Vitória e das macrorregiões do interior.
Ele cita as obras iniciadas para a construção do Portal do Príncipe, que vai mudar a entrada Sul de Vitória; a ampliação e proteção da Terceira Ponte, que liga a Capital a Vila Velha; o novo anel no Trevo de Carapina, na Serra.
Cita também o “robusto programa” de macrodrenagem e saneamento em Cariacica, Vila Velha e Viana. Na quinta-feira (29/20), dois dias após a entrevista, Renato Casagrande anunciou editais que viabilizam a execução de obras de macrodrenagem nos municípios de Vila Velha e Cariacica. Serão, segundo ele, mais de R$ 23 milhões de investimento em infraestrutura.
“Essas obras fazem parte do Programa Estado Presente em Defesa da Vida, que visa o enfrentamento e prevenção da violência”, afirmou Casagrande.
Os editais contemplam, além da retificação do canal, a construção de passarelas, ponte e galerias de macrodrenagem, garantindo melhores condições e qualidade de vida para os moradores dos dois municípios.
De acordo com o governador, Cariacica terá até 2030 a universalização no tratamento de esgoto, assim como Vila Velha: “Até 2030, a Baía de Vitória estará totalmente despoluída”, afirma Casagrande.
São obras que, segundo ele, vão mudar a realidade da Grande Vitória nos próximos anos. De acordo com o governador, as obras de melhoria da infraestrutura, construção de estradas, saneamento, macrodrenagem, também no interior, têm o objetivo de integrar todos os 78 municípios capixabas.
No dia 1º de dezembro de 2019, o governador Casagrande entregou as obras de ampliação e modernização da Avenida Leitão da Silva, em Vitória. Ele chegou ao local da inauguração de bicicleta, já utilizando a nova ciclovia – que se estende por todo eixo central da avenida.
As obras foram iniciadas em 2014, no último ano do primeiro governo Casagrande. Mas foi somente a partir de janeiro de 2019 que o ritmo das intervenções se intensificou. O Governo do Estado estabeleceu a conclusão das obras como uma de suas prioridades. Desta forma, houve um aumento das frentes de trabalho e de maquinários. A carga de trabalho também foi ampliada, com serviços durante os finais de semana.
Governador resgata, de novo, a segurança pública
A segurança pública é um tema que está sempre na agenda diária do governador Renato Casagrande. Mesmo diante da pandemia da Covid-19, ele comandou reuniões do Programa Estado Presente – reuniões remotas.
Neste período, Casagrande permaneceu fazendo entregas às forças estaduais de segurança, além de dar continuidade aos concursos em andamento nas Polícias Civil e Militar e no Corpo de Bombeiros.
Na terça-feira (27/10) de manhã, antes desta entrevista, ele lançou o Portal de Pessoas Desaparecidas, criado pela Gerência do Disque-Denúncia 181, da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
“Esta ferramenta torna o nosso Estado pioneiro no Brasil em uma solução tecnológica, eficaz e transparente para ajudar a localizar pessoas desaparecidas. É mais uma ação dentro do Programa Estado Presente”, frisou o governador.
Também anunciou que o Estado lançará nos próximos dias o edital para a instalação do Cerco Inteligente na Grande Vitória, assim como informou, com exclusividade ao Blog do Elimar Côrtes, que a Sesp publicará nos próximos dias Portaria com as diretrizes que autorizam a Polícia Militar a confeccionar o Termo Circunstanciado de Ocorrência.
“O Governo do Estado está investindo pesado na segurança pública. São mais de R$ 400 milhões de recursos em investimentos, que preveem compra de viaturas, armas e de novas tecnologias; aumento do efetivo policial. Estamos, de fato, resgatando a área da segurança pública. Assim como fiz em 2011, em 2019 tive que começar o serviço de novo. Mais uma vez, estamos deixando as forças policiais reestruturadas e motivadas”, garante Renato Casagrande.
Na manhã da última sexta-feira (30/10), o governador Casagrande esteve em Linhares, na Região Norte capixaba, para a assinatura das Ordens de Serviço de duas obras no município: a reconstrução da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Prof. Manoel de Abreu e a reforma do 12º Batalhão de Polícia Militar. O governador também anunciou a reconstrução da EEEFM José Caldas Brito e visitou as obras do Aeroporto de Linhares.
Governador mantém equilíbrio e cautela nessas eleições e diz que ainda é cedo pensar em 2022
O governador fala também de eleições municipais, marcadas para o dia 15 de novembro. Renato Casagrande sempre foi leal aos seus aliados. Seu Governo é construído de técnicos e também de aliados políticos.
Diversos de seus aliados e amigos são candidatos a prefeito e vereador no Estado. No entanto, Casagrande precisa proteger o Governo e, por isso, suas manifestações sobre as eleições são de equilíbrio e cautela:
“Tenho muitos aliados disputando as eleições. As pessoas sabem quem são meus adversários. Minha equipe, no entanto, tem liberdade para se posicionar, mas o Governador do Estado precisa proteger o Governo. Preciso manter a governabilidade junto à Assembleia Legislativa e junto aos prefeitos que serão eleitos. Por isso, minha posição é sempre de equilíbrio e cautela”, pondera Casagrande.
Sobre as eleições de 2022, quando serão eleitos – ou reeleitos – Presidente da República, governadores, senadores, deputados estaduais e federais, Renato Casagrande é mais cauteloso ainda:
“Ainda é muito cedo para se falar em eleições de 2022. A pandemia da Covid-19 exige muita atenção de todos nós, gestores públicos. Temos que cuidar primeiro das pessoas. Eleições de 2022 devem começar a ser discutidas somente a partir do meio do ano de 2022”.
Fonte: Blog do Elimar Côrtes