Para conter eventuais danos da possível chegada do óleo que atingiu praias do Nordeste no litoral capixaba, o governo do Estado criou um Comitê de Preparação de Crise, formado por representantes da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-ES), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), que vai coordenar a ação.
A decisão foi tomada nesta segunda-feira (21) em uma reunião, antecipada pela Coluna Plenário, entre o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Defesa Civil, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-ES), ICMBio e Capitania dos Portos.
Através de nota, a Seama afirmou que também foram criados grupos de trabalho com diferentes temáticas, como: Institucional/Municípios, Técnico, Comunicação, Segurança/EPI´s, Fauna, Unidades de Conservação e Logística.
“Já está sendo articulada uma reunião com gestores municipais de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares para unificação de informações e de ações preventivas. E também será agendada uma visita, de representantes da Seama e do Iema, à Bahia para verificação in loco dos procedimentos de governança e das atividades práticas de recuperação e limpeza das praias e do manuseio da fauna oleada, entre outras”, diz o comunicado.
De acordo com a secretaria, ainda não é possível precisar a chegada do óleo ao Espírito Santo, porém o monitoramento é contínuo. “A Secretaria está em contato permanente com os gestores costeiros baianos, e recebe a todo momento informações atualizadas dos órgãos federais de meio ambiente”, finaliza.
A doutoranda em engenharia ambiental pela UFES, Lorena Dornelas Marsolla explica que os danos provocados pelo derramamento de petróleo no mar podem ser variados, principalmente, se for considerada a qantidade do produto e as áreas atingidas.
“Quando derramado no mar, o petróleo se espalha pela ação dos ventos e corrente marítima, atingindo diferentes áreas da zona costeira, sendo praia, corais e manguezais, por exemplo. O petróleo contém substâncias tóxicas que contaminam o ambiente, a água e provocam mortandade de animais, como peixes, crustáceos, tartarugas e aves”, disse.
A professora do curso de Engenharia Ambiental também afirma que esses acidentes causam impactos de grande magnitude, podendo atingir esferas ambientais e atividades socioeconômicas, principalmente a pesca e o turismo.
“Os pescadores são grandes afetados, pois perderiam sua principal fonte de renda com a contaminação dos peixes. Além disso, atividades turísticas também sofreriam, principalmente àquelas que dependem ou tem relação direta com o ambiente marítimo, e por consequência disso a economia local também seria afetada”, afirmou.
Fonte: Tribunaonline