Duas vacinas contra a covid-19 estão sendo testadas no Brasil. Uma é desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca, no Reino Unido, e a outra pelo laboratório chinês Sinovac Biotech junto ao Instituto Butantan, em São Paulo. Ambas estão na terceira e última fase de testes em humanos e os voluntários desta etapa são todos profissionais da saúde.
A CoronaVac, como é chamada a vacina feita em parceria pelo Instituto Butantan e a Sinovac Biotech, deve começar a ser testada em brasileiros nesta terça-feira (21). Os imunizantes chegaram ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na madrugada de segunda-feira (20). Serão 9 mil voluntários no Brasil. Todos trabalham em instalações especializadas para covid-19, em 12 centros de pesquisas de seis Estados brasileiros: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
De acordo com o Instituto, a vacina Coronavac se mostrou eficiente e segura até a segunda fase de testes – são três no total. Cerca de 90% dos voluntários que participaram das duas primeiras fases de testes do imunizante desenvolveram anticorpos e nenhum deles apresentou efeitos colaterais graves.
Já a vacina de Oxford se mostrou eficaz na primeira e segunda fase de testes em humanos, de acordo com um estudo publicado pela revista médica Lancet na segunda-feira (20). Isso significa que ela é segura para ser aplicada e eficaz para produzir uma reação do sistema imunológico. No total, 1.077 voluntários participaram dos testes entre 23 de abril e 21 de maio. Metade recebeu a vacina experimental contra a covid-19 e a outra parte recebeu a vacina usada contra meningite.
O estudo mostrou que 90% das pessoas desenvolveram anticorpos neutralizantes com apenas uma dose da vacina. Apenas dez pessoas receberam duas doses e todas produziram anticorpos neutralizantes. Também foi observada a produção de linfócitos T, células do sistema imune que são capazes de identificar e matar outras células que estejam infectadas pelo novo coronavírus. Não houve reações graves à vacina. No entanto, 70% dos voluntários do estudo tiveram febre ou dores de cabeça e muscular. Elas foram tratadas com analgésicos.
A terceira e última fase de testes em humanos já está em andamento no Reino Unido, Brasil e África do Sul. Ao todo, serão 50 mil voluntários – 5 mil destes são brasileiros. Os resultados desta etapa permitirão saber se a vacina é eficaz para imunizar as pessoas contra a covid-19. Os testes no Brasil começaram há um mês, com os 2 mil voluntários de São Paulo. A primeira voluntária conversou com o R7 no início deste mês e, até então, não havia tido nenhuma reação adversa.