O Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, da Secretaria da Saúde (Sesa), registrou, de janeiro a julho de 2020, uma redução de, aproximadamente, 20% na taxa de vacinação de rotina do Estado.
Os dados apontam que devido à pandemia do coronavírus muitas pessoas deixaram de procurar as Unidades Básicas para se imunizarem, trazendo impacto nas coberturas vacinais de rotina do Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba, em especial às doses voltadas às crianças e adolescentes.
A avaliação, mesmo que preliminar, acende um sinal de alerta em relação à proteção da população.
“Junto à pandemia veio o medo pela contaminação e o distanciamento social. Entretanto, os serviços de vacinação continuam funcionando com todos os protocolos para garantir a segurança do paciente. É importante alertarmos aos pais e responsáveis que compareçam aos serviços e levem as crianças e adolescentes para colocar a caderneta de vacinação em dia e protegê-los das doenças imunopreveníveis, aquelas que podem ser evitadas por meio de vacinas”, alertou a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo.
Ainda segundo dados do Programa, nos primeiros sete meses do ano, as coberturas de rotina para as crianças estão em 81,06% para a vacina pentavalente; 78,59% para a tríplice viral; 77,11% para a pneumocócica e 73,02% para a poliomielite. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde para essas doenças é de 95%.
Ela ainda destaca que, com a vacina em dia, diminui o risco também da possibilidade da ocorrência de doenças com potencial epidêmico, como as doenças meningocócicas, a difteria e a febre amarela. “A não percepção do risco dessas doenças faz com que as pessoas deixem de procurar pela vacinação. As vacinas conseguem impedir a circulação do seu agente causador da doença na população e, por isso, é fundamental que a vacinação atinja o maior número de pessoas possível”, disse.
Cartão de vacinação atualizado no ato da matrícula escolar é lei estadual
Com o objetivo de manter crianças e adolescentes imunes e atingir as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde para a imunização das vacinas de rotina, desde 2018, no Espírito Santo, é obrigatória a apresentação do Cartão de Vacinação atualizado no ato da matrícula em escolas das Redes Pública e Privada, conforme prescrito na Lei Nº 10.913.
“O objetivo é resguardar os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, como a obrigação de promover a vacinação nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, garantindo também a segurança desse público”, informou Danielle Grillo.
Ministério da Saúde
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) encaminhou, nesta quarta-feira (9), um manifesto ao Ministério da Saúde, no qual pede que sejam tomadas providências urgentes para estimular a adesão às campanhas de vacinação e facilitar o acesso da população a esse serviço. O pedido dos pediatras ocorre após a revelação de que o País não atingiu a meta para nenhuma das principais vacinas infantis, conforme dados do Programa Nacional de Imunizações, divulgados pela imprensa.
Para a SBP, a manutenção do quadro atual configura grave sinal de alerta para as autoridades sanitárias. A presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria afirma que, independentemente do contexto da pandemia de Covid-19, estratégias devem ser elaboradas de modo urgente para que pais e responsáveis possam manter as cadernetas de vacinação das crianças em dia.
Fonte; FV