Wilson Couto do Nascimento, de 51 anos, foi assassinado pelo grupo de traficantes — Foto: Reprodução/Polícia Civil
A Polícia Civil prendeu cinco traficantes de drogas suspeitos de matar dois homens no bairro Jardim Tropical, na Serra, na Grande Vitória, no dia 22 de janeiro.
Uma das vítimas era o pedreiro Wilson Couto do Nascimento, de 51 anos. Segundo a Polícia Civil, mesmo sendo inocente, ele foi acusado pelos assassinos, incluindo sua própria ex-companheira, de passar informações para traficantes rivais.
As prisões aconteceram nos dias 8, 11 e 24 de maio. Outros três suspeitos, que também já são réus na Justiça pelos dois homicídios, estão foragidos.
De acordo com o titular da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, os dois assassinatos ocorreram em função da disputa de traficantes pela região conhecida como Área Verde.
O delegado contou que, na madrugada do dia 22 de janeiro, uma das facções, que já vinha realizando ataques no local a fim de retomar o controle do tráfico, organizou uma nova ação. No entanto, eles foram surpreendidos pelos rivais, que os aguardavam armados.
Durante a troca de tiros, Renan Cleiton Gonçalves da Silva, de 21 anos, que fazia parte do grupo que organizou o ataque, foi executado pelo chefe e pelo gerente do tráfico da Área Verde. Eles estão entre os cinco presos pelos policiais da DHPP Serra.
“Ele foi baleado e caiu em um beco. Em seguida, um dos indivíduos presos efetuou um disparo de calibre 12 nele. O corpo dele foi arrastado e jogado em um lixão”, explicou o delegado.
Homem foi morto na frente de criança de 2 anos
Conforme explicou Sandi Mori, no mesmo dia em que ocorreu o ataque em Jardim Tropical, oito membros da facção que controlava a Área Verde se reuniram e planejaram a morte de Wilson Couto do Nascimento por acreditarem que ele estaria passando informações sobre a localização do grupo a seus inimigos.
O homicídio ocorreu por volta das 6h30, pouco tempo após a execução de Renan.
Oito pessoas participaram do assassinato. Além do chefe e do gerente do tráfico, estão também duas mulheres: uma delas, de 25 anos, era mulher de um traficante que já havia sido assassinado pelos rivais.
Já a outra, de 18 anos, era a própria ex-companheira de Wilson, com quem o pedreiro tinha uma filha, de dois anos de idade. A menina estava no local do crime quando o pai foi assassinado. Segundo o delegado, a jovem sabia que o ex-marido seria morto.
“Eles desceram os becos, e a ex-mulher da vítima apontou qual era a casa dele. Eles quebraram a porta e efetuaram 13 disparos de arma de fogo na frente da criança. A ex-mulher do Wilson passou por cima do corpo dele e pegou no colo a criança, que estava chorando”, detalhou Sandi Mori.
Um vídeo obtido pelos investigadores mostra o momento em que os acusados comemoram no meio da rua logo depois do crime.
Segundo Sandi Mori, assim como os demais suspeitos, a ex-mulher de Wilson vendia drogas e possuía atritos com o ex-marido. Já o pedreiro não possuía nenhuma relação com o tráfico.
“Ele não tinha nada a ver com a guerra do tráfico. Morreu inocente. Eles matam sem procurar saber quem é a pessoa e ainda comemoram. Depois ainda vêem que mataram a pessoa errada e não estão nem aí “, pontuou o delegado.
Os cinco indivíduos presos foram autuados por homicídio qualificado por motivo torpe, sem possibilidade de defesa da vítima, e por associação criminosa. Todos eles já são réus perante a Justiça.
Outras duas mortes ocorreram no dia 22 de janeiro na Serra. Tratam-se de dois homens que faziam parte do grupo que atacou a gangue da Área Verde. Ao tentarem sair de Jardim Tropical, eles se depararam com viaturas da Polícia Militar e acabaram sendo mortos durante uma troca de tiros na BR-101.
As duas mortes são investigadas pelo Serviço de Investigação Especial da DHPP.
Fonte: G! ES