O governador Renato Casagrande (PSB) admitiu que, independentemente do rumo que seu partido tomar nas eleições municipais do ano que vem, ele pode ir para um caminho diferente e, em se tratando da disputa em Vitória, pode até apoiar mais de um candidato.
Vários partidos da base aliada do governador pretendem lançar candidatura própria, mas o imbróglio está na possibilidade de tanto o Cidadania (ex-PPS) quanto o PSB, que são aliados de primeira hora, se enfrentarem pra valer nas urnas, colocando em risco a aliança histórica.
O Cidadania já lançou a pré-candidatura do deputado estadual Fabrício Gandini e o PSB está entre o deputado estadual Sergio Majeski e o vice-prefeito Sérgio Sá. Os dois partidos não abrem mão do apoio do Palácio Anchieta.
O governador também falou ao jornal A Tribuna que o deputado Sergio Majeski, que avalia trocar de partido justamente para não ficar sem legenda para disputar a prefeitura da capital, terá todo o espaço dentro do ninho socialista para desenvolver seus projetos.
A Tribuna – Há uma possibilidade de o deputado Majeski deixar o PSB. O partido quer mantê-lo?
Governador Renato Casagrande – Não tenho discutido isso. Eu me afastei muito do trabalho partidário, por conta das minhas tarefas aqui. Sei que a direção municipal (do PSB) já conversou com ele e a regional também. Tanto o Juarez (Vieira, presidente do PSB de Vitória) quanto o Carlos Rafael (presidente estadual do PSB) já conversaram com ele e eu tenho certeza que Majeski terá no PSB todo o espaço para discutir qualquer projeto.
Mas, se ele quiser ser candidato a prefeito de Vitória, terá seu apoio?
Veja bem, eu sou governador. Como governador, eu posso ter mais de um aliado numa cidade e não participar diretamente do processo de eleição. Isso não tem nada a ver com meu partido. Meu partido vai ter a sua posição: pode ter candidato, pode fazer composição, o PSB tem uma independência com relação a isso. Mas, eu posso não seguir o mesmo caminho que o PSB seguirá. Muitas vezes, o PSB estará numa coligação e eu estarei fora do processo eleitoral por ter mais de um aliado disputando a eleição.
É uma possibilidade que o senhor apoie dois ou mais nomes em Vitória?
Sim, é uma possibilidade. Posso apoiar mais de um nome na disputa pela Prefeitura de Vitória.
E também ficar neutro? Não apoiar ninguém?
Também é uma possibilidade. Depende de quem disputar a eleição. Posso ajudar, colaborar, orientar, pela minha experiência.
Minha posição será definida na hora, será cautelosa como governador. E o partido vai tomar uma posição em todos os municípios, de coligar ou não coligar, isso não significa que será minha posição física no processo eleitoral.
O senhor já está tratando de 2022? Uma possível disputa à reeleição?
Não, ainda não. Está muito longe, não sei se serei candidato mais não. É a segunda vez que sou governador, não tenho nenhum planejamento para 2022.
Mas, o senhor descarta a reeleição?
Não posso descartar e nem confirmar. Você é a primeira ou segunda pessoa, de jornalista, que me pergunta sobre isso, mas ainda não parei para pensar.
A vice-governadora Jaqueline Moraes vai assumir o governo pela 1ª vez na próxima sexta-feira. Ela terá o poder da caneta nas mãos?
Ela vai ser uma governadora completa, integral e plena para desenvolver todas as atividades aqui na função de governadora. Pela primeira vez na história desse Estado vamos ter uma governadora e isso para nós é uma honra, uma alegria, mas também mostra um atraso nosso. É importante dar visibilidade ao trabalho das mulheres. Ela (Jaqueline) é uma pessoa muito competente, muito dedicada. Tenho certeza que cuidará bem do Espírito Santo.
E o que ela vai fazer nessa semana?
Tudo: vai inaugurar obras, dar ordem de serviço, atender às pessoas, resolver problemas, atender vocês (jornalistas… E tem de cuidar bem de Castelo. (risos).
O ex-prefeito Luiz Paulo teve uma condenação recente por improbidade e o caso dele se assemelha com o do Frei Paulão. Ele continua à frente do Instituto Jones?
Em tudo que depender de nós, ele vai continuar. Só (não continua) se a legislação não permitir. Por enquanto, a legislação não determinou o afastamento dele.
Como é uma pessoa que eu considero honesta, decente, trabalhadora, e que está fazendo um bom trabalho. Se nós tivermos caminho para que ele fique, é esse o nosso desejo e ele vai ficar.
Fonte: Tribunaonline