O risco de ser vítima de um crime virtual é consideravelmente maior do que o de ser assaltado na rua. A ponderação é do especialista em Segurança Cibernética, Rodrigo Fragola. Somente no Espírito Santo, de 2017 para 2018, os crimes cibernéticos aumentaram 86%, passando de 1.020 para 1.898 casos, de acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos (DRCE). Nos oito primeiros meses de 2019, já foram registradas cerca de 1.200 ocorrências, média de cinco crimes a cada dia cometidos contra capixabas.
De acordo com os especialistas, a tendência é que estes crimes só aumentem. “Hoje temos um risco muito maior de ter problemas de segurança do que há 10 anos. A tecnologia evolui bem mais rápido do que a capacidade que as pessoas têm de entendê-la. E a legislação não consegue acompanhar a evolução da tecnologia”, afirma Fragola.
O delegado titular da DRCE, Brenno Andrade, concorda. “A tendência, infelizmente, é sempre de aumento, porque cada vez mais pessoas têm acesso a dispositivos móveis e à própria internet. E aí, muitas vezes as pessoas têm mais de um smartphone, computador em casa, e os criminosos sempre criam novas formas de ter acesso”, explica.
Os dados da delegacia demonstram que os principais crimes cometidos são os crimes contra a honra, estelionato e pedofilia. O delegado explica que os crimes contra a honra são ofensas diversas praticadas através das redes sociais, e cujos registros de ocorrências são diários na DRCE.
“São xingamentos, discordâncias acerca de posicionamentos que evoluem para a injúria, a própria injúria racial. Se a pessoa que for responsável pelo crime já tiver sido identificada, cabe à própria vítima ajuizar ação penal privada. Não necessariamente a polícia precisa atuar. A pessoa pode ir direto à Justiça através de queixa-crime e pedir que o criminoso seja processado”, explica Brenno Andrade.
“Se foi criado um perfil falso, fazemos a identificação na polícia e, depois que descobrimos o criminoso, as medidas cabíveis são tomadas. As penas são pequenas e o autor do crime geralmente não é preso. Ele responde a um processo criminal e também cível de dano moral”, completa.
Golpes
Quanto aos crimes de estelionato, os principais meios eletrônicos utilizados são os aplicativos WhatsApp e no site OLX. “Atualmente tem muita clonagem de WhatsApp. O criminoso se passa por dono da linha para pedir empréstimos a terceiros. Os golpes na OLX relacionados à compra e venda de veículos são recorrentes. Nesses casos a vítima deve vir com tudo o que tiver de documentação para a investigação. O criminoso pode ser preso e a pena varia de um a cinco anos”, explica Brenno Andrade.
Os crimes de pedofilia acontecem mais, segundo o delegado, pela falta de diálogo e atenção dos pais ao cotidiano dos filhos. “As pessoas criam perfis falsos para se aproximar da criança com fotos e vídeos de crianças e, infelizmente, é um crime comum. É preciso diálogo em casa, fiscalizar o que o filho faz no celular, no computador. Com isso a pessoa tem a possibilidade de evitar este crime. É preciso vir à delegacia com todos os documentos, trazer prints das conversas. Se for Instagram e Facebook, trazer o URL, se for WhatsApp, o número”, instrui.
Fonte: EShoje
Matéria bem relevante e esclarecedora.
Matéria bem importante e esclarecedora sobre crimes eletrônicos.