Luiza Fiorese teve um tumor na perna e precisou retirar ossos. Há seis anos sem quimioterapia, ela é atleta paralímpica de vôlei sentado (Foto: Arquivo Pessoal)
O diagnóstico de uma doença tão grave e assustadora como o câncer quase nunca é fácil de ser ouvido.
Mas, em vez de se lamentar ou desesperar com a doença, muitos jovens pacientes aproveitaram a luta para mudar de vida e realizar sonhos que estavam guardados.
É o caso da universitária e agora atleta paralímpica Luiza Guisso Fiorese, de 22 anos, que é de Venda Nova do Imigrante, região serrana do Estado, mas agora mora em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde termina a faculdade.
O período na cidade mineira, porém, tem data para terminar. Ela foi contratada pelo Sesi, em São Paulo, e no ano que vem já se mudará para a nova cidade, onde vai seguir carreira de atleta paralímpica de vôlei sentado.
“Fui fazer um teste no Sesi, em São Paulo, chamada por uma das jogadoras que nem sabia que tinha sido atleta quando era adolescente. Fiz o teste, o treinador já quis me contratar, treinei, voltarei para São Paulo ano que vem e seguirei a carreira paralímpica. Tudo isso é um sonho”.
Ela contou que descobriu o câncer, um osteosarcoma, tumor maligno na perna, quando tinha 15 anos. “Levei um susto. A gente nunca espera que vai acontecer com a gente. Mas sempre me mantive muito forte e tive a certeza de que iria ser curada. Sabia que ia ser uma fase”.
Ela contou que, por causa da doença, teve de tirar o osso do fêmur, joelho e tíbia e colocar uma prótese no lugar.
“Apesar de ter me deixado essa sequela, que é a prótese, sou muito grata por tudo que passei. Hoje a
prótese pode me proporcionar viver um sonho que talvez não poderia sem ela, que é de disputar na seleção brasileira, na Olimpíada”.
Para as pessoas que estão na luta contra o câncer, a mensagem de Luiza, que comemorou seis anos sem quimioterapia, é pensar que tudo é passageiro. “Está sendo difícil agora, mas vai valer a pena. Lá na frente, você vai olhar para trás e sentir orgulho de você mesmo”.
Quem também mudou de vida e agarrou as oportunidades depois da doença foi o cantor Gustavo Venturini, de 24 anos. Ele contou que, depois que superou a doença, deixou a faculdade de Ciências Biológicas para se dedicar àquilo que realmente gosta: a música.
“Não era algo que queria para mim. Resolvi focar em outras coisas, no que amo, que é a música”, contou.
Fonte: Tribunaonline